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a world in a grain of sand

um mundo num grão de areia

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Uma aventura pela comida indiana

Sofia
28
Nov20

Ontem encomendámos comida indiana para o jantar. Como não estávamos muito virados para a cozinha e precisávamos de algo quentinho e reconfortante, optámos por dar a nossa ajuda a um dos restaurantes de que gostamos muito.

Uma vez em que lá fomos comemos um prato que adorámos, mas nunca nos lembramos do seu nome e, em vez de perdermos tempo a pesquisar (se calhar é o que as pessoas mais normais fazem), temo-nos divertido com tiros no escuro. Ontem foi o segundo tiro no escuro ao tentarmos acertar no prato que comemos em tempos. Da primeira vez que tentámos encomendar esse prato acabámos por descobrir o Tandoori Chicken. Nunca o tínhamos comido e foi uma agradável surpresa. O mais provável é que nunca o fossemos escolher no meio de tantas opções, por isso ainda bem que andávamos a tentar descobrir o outro prato. Ontem foi também uma boa descoberta: Chicken Biryani. De facto, foi um prato super reconfortante para uma noite fria.

Por momentos, pensámos que a encomenda não ia chegar. Primeiro, o restaurante estava um pouco demorado. Depois, quando o nosso pedido já tinha um estafeta associado, vimos que o estafeta tinha no seu perfil a nota de que o seu prato favorito era Chicken Biryani. Olha lá, esta senhor tem como comida favorita aquilo que encomendámos. Será que a comida vai chegar? Como houve uma demora pouco habitual, o estafeta desistiu e apareceu um novo que tinha no seu perfil a nota de que a sua comida favorita era comida indiana. Mesmo com os percalços e o medo de que o jantar desaparecesse no caminho (brincadeira, claro), o Chicken Biryani com o maravilhoso Naan chegaram. O estafeta pediu-nos desculpa pela demora e explicou-nos, enquanto fazia um ar feliz, que o restaurante estava com muitos pedidos. Ainda bem! Infelizmente estamos a viver uma crise que parece ter vindo para ficar e piorar. É bom saber que mais pessoas continuam a ir comer a restaurantes ou a encomendar.

De alguma forma temos de conseguir que as coisas funcionem. Não podemos despreocupar-nos, mas não podemos parar tudo. Esta é uma luta colectiva em que cada um individualmente pode ajudar os outros de algum modo. Talvez por isso seja também tão complicado... Quem nunca viu ou teve de jogar com um fussangueiro na equipa? Aqui os fussos podem estar nos dois lados. Preocupa-me e entristece-me quando vejo pessoas umas contra as outras e o extremismo a tirar o lugar ao bom senso, umas vezes talvez por medo, outras por egoísmo, outras por maldade...

Para quem é da linha de Sintra, o restaurante de que falei é o Namastey India, em Massamá. Já lá fui algumas vezes e também já tinha encomendado de lá mais vezes. Os funcionários são bastante simpáticos e a comida muito saborosa. Nunca me desiludiu. Com as alterações que tiveram de ser tomadas por causa da pandemia, não sei como é que o restaurante estará fisicamente, mas a comida recomenda-se. 

De volta a casa

Sofia
25
Nov20

A preguiça de aqui escrever pelo telemóvel fez com que cá não voltasse tão cedo como gostaria (devo ter gasto o limite de caracteres no último post ).

Já faço parte do número de recuperados e pareço outra.  Estou volta à minha casa e a casa está de volta, inteira. Ter ficado fechada no meu quarto tantos dias fez-me sair cheia de vontade de fazer imensas coisas. Até as tarefas domésticas se tornaram coisas boas!  Felizmente o meu namorado não apanhou o bicho. Estranha realidade esta em que apesar de morarmos juntos, por algum tempo, ficámos sem estar juntos. As saudades que eu já tinha da minha alegre casinha, do estar com o meu namorado, de dar abraços... 

Entretanto, a minha mãe e a minha irmã decidiram oferecer-me uma TV para o quarto. Tinha pensado muito nesse assunto e nunca tomei nenhuma decisão porque tinha medo de que o móvel do quarto não aguentasse com uma TV ou que as gatas fizessem asneiras. A minha mãe e a minha irmã resolveram a questão por mim e, para já, parece-me que o móvel se está a aguentar e que as gatas se andam a portar bem. (Mesmo assim, penso em mudar mais tarde o móvel do quarto para uma Kallax. Era a ideia original, mas, por menos 5 cm, optei pela Eket. Só não fazia ideia de que esta estante de similar com a Kallax só tinha mesmo os cubos... Não é tão robusta e a montagem não me inspirou confiança. Era só encaixar, o que poderia correr mal? Afinal, eu já tinha montado uma Kallax de 8 cubos sozinha e tinha corrido tudo bem. O que poderia correr mal? Parti logo uma das peças de encaixe. Stressei comigo e com o meu namorado. Apesar de poder ser falta de jeito, achei também que isto significava algo e que esta estante não era o que eu pensava. Lá a consegui montar em jeito improvisado. Não houve peça de encaixe, houve uns belos pregos à moda antiga, escondidos depois com um autocolantes protectores de chão. Já iam ser ali colocados à mesma por isso a coisa até se safou.)

O final de 2020 aproxima-se e eu nem acredito que estamos há um ano a aturar ouvir falar do bicho e há quase um ano a ter de lidar com ele. Quero que 2021 seja melhor para todos, mas os desejos para o próximo ano ficam para outra altura, mais próximo do fim do ano. Eu sei que agora temos de antecipar tudo, mas, para já, ainda não é preciso antecipar desejos e palavras.

Tenho um nervoso miudinho dentro de mim. No próximo ano já não vou estar a trabalhar no mesmo projecto. Tivemos a notícia este mês e tive de tomar uma decisão para o meu futuro. Como o coração e a razão estavam em sintonia, acho que tomei rápido a decisão de ficar na minha empresa sabendo que isso implica mudar de projecto (e que essa mudança pode implicar alterações no horário, folgas, etc.). Era isso ou manter-me no projecto actual através de outra empresa. Projectos há muitos... Encontrar uma empresa com a qual partilhamos valores e na qual confiamos é que pode não ser assim tão comum.

Num próximo post quero partilhar músicas. Dei comigo a ver vídeos de concertos e a desafinar enquanto via esses vídeos ou apenas ouvia músicas no YouTube... Até tenho medo de dar de caras com algum vizinho quando tiver de sair de casa (e o medo não é por causa do bicho). 

Tenham uma boa noite!

Esta montanha-russa...

Sofia
07
Nov20

Olá! Já se passou quase um mês desde que aqui escrevi pela última vez. Até já estamos em Novembro!

Quero avisar que estou a escrever no telemóvel (uma trabalheira) e que podem aparecer erros ou correcções estranhas do corrector ortográfico.  (Vou rever o texto, mas nunca se sabe.)

Da última vez que por cá passei estava KO por ter ficado a ver séries até às tantas. Agora as maleitas são outras, mas felizmente sinto-me a melhorar. Parece que com todos os cuidados ao sair de casa e ao receber encomendas não consegui evitar o vírus maldito. Não sei onde o apanhei, mas as hipóteses não são muitas. Só saía de casa quando ia ao trabalho e se fosse ver o meu pai (o que nestes tempos acontecia só de mês a mês ou num intervalo maior até). (Como também mal saía de casa, não tive muitos contactos próximos, o que espero que seja algo que tenha minimizado a transmissão do vírus. Ainda assim, preocupo-me com os colegas de trabalho e com as pessoas com quem me possa ter cruzado nos transportes. Sempre usei máscara e desinfectei as mãos com regularidade, mas este vírus invisível...)

Se já achava que estávamos a viver um filme de acção/ficção científica, agora ainda me parece mais. O meu namorado vai também fazer o teste para o vírus, mas tem estado bem. A nossa casa está dividida ao meio e eu só saio do quarto para ir à casa-de-banho (que desinfecto sempre que uso e que, por causa disso, está mais imaculada que todos os santos deste mundo e do outro). Tenho trabalhado em casa e isso tem-me feito bem, porque ajuda-me a não pensar demais no que se está a passar. Andava a pensar colocar uma TV no quarto para ver séries e agora que estou confinada no meu quarto cheguei à conclusão de que já o devia ter feito... Deixei o meu computador na sala (aquela zona distante da minha pequena casa) e vale-me o telemóvel. Realmente, hoje em dia temos um mundo dentro do bolso / na palma da mão...

Os sintomas não são graves e parece-me que estou no bom caminho para ficar bem. Voltei numa quinta-feira do trabalho e senti-me bastante cansada e com umas dores de cabeça enormes. Não liguei muito porque costumo ter muitas dores de cabeça. Achei que nunca tinha tido umas tão fortes, mas ao mesmo tempo já tive tantas... Entretanto senti calafrios e dores no corpo e decidi medir a temperatura. Estava alta. Fiquei apreensiva e desde esse dia que não saio de casa. Não liguei logo para a Saúde 24 porque foi algo tão aleatório e que me aconteceu no final de um dia de trabalho (sentimo-nos às vezes exaustos no final do dia) que estava a tentar perceber o que tinha. Tomei nota de como me sentia porque achei que poderia ter de ligar para lá. Entretanto foi o que aconteceu... Não tive mais a temperatura alta e as dores do corpo passaram rápido, mas apareceu um pouco de tosse e irritação da garganta. Houve momentos em que me cansei bastante. Lembro-me de estar a comer umas bolachas e de ficar exausta só de mastigar. Pensei "se calhar tenho o piiiiiiiii do vírus". (Infelizmente tenho. Era bem melhor se o meu namorado estivesse certo e fosse só eu a panicar.) O sintoma que me fez acreditar ainda mais que poderia ser o vírus foi a perda do olfacto e do paladar. As dores de cabeça fortes aparecem e desaparecem. O paladar e o ofacto já começaram a voltar e desde ontem que já consigo sentir o que como. Já estive mal dos intestinos, mas hoje sinto-me melhor e optimista.

Hoje dormi melhor e só acordei às 10:30 quando um médico me ligou do Centro de Saúde. Apesar de muita gente se queixar, de sabermos que nem tudo funciona bem e de não se perceberem algumas medidas tomadas (há coisas contraditórias), senti mais confiança depois de ligar para a Saúde 24. Esperei à volta de 20 minutos, o que, para mim, tendo em conta a situação actual, não é tão mau como esperava. Explicaram-me que ia receber duas mensagens para marcar o teste e que ia ser contactada pelo meu Centro de Saúde. O meu Centro de Saúde tem-me acompanhado por telefone desde que contactei a linha da Saúde 24 e ainda antes do resultado do teste. Confesso que ler sobre a doença e sentir que sou acompanhada mesmo em casa (ainda bem que estou em casa, é melhor para mim e para os outros porque significa que não estou com sintomas graves e que não tenho de ir ocupar um lugar no hospital que, infelizmente, faz imensa falta para outros) tem-me dado confiança para menter a cabeça calma. Sempre tive imenso respeito pelos profissionais de saúde e nos tempos que correm uma imensa gratidão. 

Passou-se pouco mais que uma semana desde que comecei a sentir sintomas e o resultado do teste é recente, mas já vivi um turbilhão de emoções. Este 2020...

Precisei de vir desabafar e acho que ajuda partilhar informações (no meu caso ajudou-me ler sobre a doença nas fontes oficiais e ver o que algumas pessoas que a tinha escreviam).

Tenham um bom fim-de-semana e cuidem-se