Hoje apetece-me partilhar o Gato Esteves, como diz o meu pai às vezes em conversa.
Lembrei-me de um texto que tinha escrito há já alguns anos e depois de outros textos que escrevi depois mas que já nem me lembrava de os ter juntado ao primeiro. Na minha cabeça há toda uma história... A história da Rita, do Samuel, do irmão do Samuel, o Tomás, que ainda nem existe no papel... Não é uma grande história, se calhar não é nada, mas são ideias que guardo na esperança de ter tempo, paciência, vontade de escrever, o que quer que seja que acho que não tenho ainda.
Algures, em 2016, escrevi um pequeno texto e colei-o a outros que já tinha escrito no ano anterior porque na minha cabeça fazia sentido. Não é nada de importante, não fosse o documento chamar-se "o primeiro". Foi a primeira vez que criei e dei nome a uma personagem. Depois dei nome à segunda. Acho que ainda estou assustada. Ao mesmo tempo, olho para os textos e penso "Isto é tudo uma grande c*gada!" Ainda assim, para mim, há música naquelas pouquíssimas páginas com textos experimentais, nem que seja apenas quando o Gato Esteves vem à baila ou quando sabemos que temos a lindíssima voz da Ella ao fundo a cantar "Night and day, you are the one."
Despeço-me com as minhas palavras de 2016, enquanto não encontro as de 2021:
Coloco os fones nos ouvidos para me perder melhor na realidade. Baby, baby it’s a wild world… Se eu me perder, peço que me encontrem só depois das doze badaladas.