Esta semana os computadores não simpatizaram comigo. O meu computador pessoal decidiu ficar doido sempre que eu abria o explorador de ficheiros. Uma pequena demora em abrir e logo de seguida começavam a multiplicar-se janelas abertas e separadores. Janelas insistentes. Eu fechava-as e logo outras se abriam sozinhas.
Tentei várias soluções e seguir vários passos de vídeos de quem percebo mais do assunto, mas acabei por ter de formatar o bicho. Solução final, mas que resolveu o problema cuja a origem continuo sem conhecer.
Ainda esta semana, o computador do trabalho ameaçou morrer. Ecrã congelado, rádio parada com um prrrrrrrrr sem parar durante aquele momento de gelo. Depois, ecrã azul. Reacção: "Oh não! Ecrã azul da morte!"
Recordei momentos de pânico na adolescência em que ter um computador não era uma coisa assim tão comum. Em casa tínhamos um para a família e sabíamos bem o esforço que os pais tinham feito para que o tivéssemos. Ora, sabendo desse custo, qualquer erro, mesmo que pequeno, assustava-nos e fazia-nos logo imaginar um possível raspanete. Lembrei-me da Ana Sofia de 13 ou 14 anos em pânico porque o computador teve um erro, sem qualquer explicação. Quais desavenças com a religião, qual quê? Naqueles momentos de pânico, a minha revolta de adolescente não queria saber disso para nada e eu voltava-me para a estátua da Nossa Senhora que estava na sala e pedia-lhe mentalmente que me socorresse. Engraçadas as preocupações que temos e que mudam tanto com a idade. Estou para aqui a escrever um post sobre erros nos computadores e faço-o com alguma ligeireza porque, de facto, não é uma grande preocupação. Quando era miúda, um erro no computador tinha outra dimensão e o computador nem era tão utilizado como nos dias de hoje.
O computador continuava sem ligar e eu já me imaginava a sair de casa. Nisto, carreguei de novo no botão de ligar/desligar e ele lá se ligou. E o Wi-Fi onde é que estava? Escondido, só podia! Corrigida a questão da drive da placa de rede, lá consegui voltar ao trabalho. Foi um susto. Passada quase uma semana, já eu me sentia a voltar à "normalidade", eis que ontem o ecrã azul voltou... Desta vez a solução teve de ser sair de casa e ir ao local de trabalho.
Talvez por isso esteja aqui a escrever sobre estes erros. Não fosse o erro do computador, tinha sido só mais um dia como os outros. Até estava bem-disposta e cheia de energia, mas ia ser mais um dia no teletrabalho porque o meu joelho continua na dele e faço menos esforço assim... Sair de casa e ver pessoas, sobretudo pessoas com quem gostamos de lidar, faz sempre bem! O joelho continua na dele, mas há-de melhorar. (Tudo na mesma, como a lesma.) Aguardo uma data para a cirurgia. Hoje parece melhor, mas o naproxeno das enxaquecas tem esse poder de enganar a dor - ou tinha, pois eu já lhe descobri a careca e a mim não me engana mais.
No meio dos erros informáticos ou outras questões do ramo, achei a IA útil. Não sou céptica, mas tenho algumas reservas quanto ao uso da inteligência artificial. (Vejo demasiada ficção científica, sei lá!) Não consegui aderir à moda do estilo Ghibli e ainda sou mais team tio Google que team ChatGPT, mas, para ajudar a resolver pequenas questões de máquinas, tive respostas incisivas e bastante úteis da máquina.
Não sei o que o futuro me reserva, quanto mais o que estará reservado para todos nós. Como dizia o Álvaro de Campos: "Serei velho quando o for. Mais Nada."1
1 - Álvaro de Campos. "Aniversário"