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a world in a grain of sand

um mundo num grão de areia

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Um poema para cada mês - Janeiro 2021

Sofia
01
Jan21

Quero desejar-vos um bom ano e partilhar convosco a minha esperança de que este novo ano será melhor e conseguiremos seguir em frente.

Espero que se encontrem bem, com saúde, e que esta época tenha trazido algum conforto e paz para virarmos a página.

 

Não traço grandes objectivos para 2021 e não penso muito no 2020. Quero deixar para trás o ano que passou e distanciar-me emocionalmente dele. Neste ano que passou perdi a minha avó e, por causa das circunstâncias, não me pude despedir dela. A minha irmã e a minha mãe foram viver para o Algarve e, ainda que as vá vendo de tempos a tempos, quando as vejo, o tempo passa a correr e morro de saudades. Sei que estão bem e isso é o mais importante. Ainda durante 2020, tive direito a um momento kafkiano em que a polícia me bateu à porta para me notificar como testemunha de um processo sobre o qual nada sei. Um mês depois fiquei presa no elevador do prédio depois de um longo dia de trabalho. (Estava a precisar de variar para não estar só presa dentro de casa.) Já para o final, não consegui escapar e testei positivo para o vírus do momento (felizmente já passou) e, sem estar à espera, a minha vida profissional também sofreu mudanças. A mudança não foi má, mas foi inesperada e isso trouxe-me inicialmente alguma ansiedade.

Em 2021 quero aproveitar todos os momentos possíveis com os que amo, ter saúde e sentir-me completa. Estar tantos dias fechada em casa mexeu comigo. Alguns dias passaram a correr e houve momentos em que me parecia que os dias eram sempre iguais. A minha chama ficou a arder enquanto eu fui dar uma volta. Gosto das mudanças, apesar das dificuldades que lhes possam estar associadas. As últimas mudanças lembraram-me que enquanto a chama arde eu tenho de lá estar. Por isso, quero sentir-me completa, arder e queimar.

 

Decidi que nos próximos dias irei partilhar convosco poemas de que gosto e, talvez, algumas palavras à mistura. Um poema para cada mês do ano e um sorriso deste lado do ecrã. A poesia faz-me feliz e completa. A felicidade quer-se sem limites e partilhada.

Para Janeiro, como está frio e temos ainda muito caminho pela frente, escolhi o poema "Stopping by Woods on a Snowy Evening" de Robert Frost. Ainda não sei todos os poemas que irei partilhar, mas sei o início e o fim, por isso, tenho tudo o que preciso para contar (e viver) uma história.

 

Stopping by Woods on a Snowy Evening

 
Whose woods these are I think I know.   
His house is in the village though;   
He will not see me stopping here   
To watch his woods fill up with snow.   
 
My little horse must think it queer   
To stop without a farmhouse near   
Between the woods and frozen lake   
The darkest evening of the year.   
 
He gives his harness bells a shake   
To ask if there is some mistake.   
The only other sound’s the sweep   
Of easy wind and downy flake.   
 
The woods are lovely, dark and deep,   
But I have promises to keep,   
And miles to go before I sleep,   
And miles to go before I sleep.
 
 
Robert Frost