Setembro, Outubro e Novembro
Chegaram as primeiras chuvas e o Outono está quase aí. Sinto-me ansiosa pela chegada do meu tempo favorito (tempo, não estação). Adoro o Sol, mas não me tirem o frio, o vento, a chuva e as folhas secas. Sei como pode ser aborrecido andar de guarda-chuva ou como um dia mais escuro nos pode deixar mais apáticos ou entristecidos. Ainda assim, prefiro estes dias. O mês de Setembro já vai a mais de meio e eu espero pelos próximos meses. Preciso de me renovar com as estações.
Tenho vivido muito e isso reflecte-se na pouca escrita. Continuo com a minha ideia de que enquanto vivo, mal escrevo e enquanto escrevo, mal vivo...
Apetece-me escrever algo mais. Enquanto não o faço, aproveito para partilhar um poema de há um ano atrás.
Tenho uma boa noite e um fim-de-semana feliz!
A sala tinha um candelabro de lágrimas
e o teu nome escrito nas paredes.
Eras Setembro, Outubro, Novembro,
um ano inteiro.
A sala estava cheia de ti,
eu fazia dos meus olhos velhos candelabros,
só as palavras se mantinham as mesmas.
Havia luz,
uma luz alaranjada,
típica dos finais de tarde.
Nas lágrimas nasciam labaredas
que queimavam o teu nome
escrito nas paredes.
Anoiteceu.
A lua mergulhou naquela sala.
No silêncio da noite
ouvi o eco do teu nome
ainda aceso nas paredes.
Ana Sofia Alves
14 de Setembro de 2019