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a world in a grain of sand

um mundo num grão de areia

a world in a grain of sand

Um poema para cada mês - Junho 2021

Sofia
24
Jan21

Espero que estejam a ter um bom Domingo e que se encontrem bem. Para quem ainda não votou, não se esqueçam e não tenham medo. (Até ao lavar dos cestos é vindima.) Pelo que tenho visto e comentado com quem conheço, as filas não estão impossíveis de aguentar e as coisas até estão organizadas. Confesso que ando com medo do bicho... Como o meu namorado hoje trabalhava, aproveitámos e fomos votar assim que as urnas abriram. Espero que o meu voto sirva para afastar certos bichos. Também ando com medo do vírus (já me bastou uma vez e tem sido terrível ver o aumento de casos), mas há outros vírus por aí que também são perigosos e com os quais também temos de ter cuidado.

Pensei não continuar com esta ideia de partilhar um poema para cada um dos meses deste novo ano (é que por este andar o ano já nem é novo), mas é importante também sabermos levar as coisas até ao fim. Não tenho aqui passado tanto como gostaria. Não posso prometer ser muito assídua aqui no blog e não sei se o mesmo não ficará ainda mais parado. A mudança de emprego tem corrido bem, mas agora o meu computador é também a minha ferramenta de trabalho e não tenho muita vontade de lhe pegar quando não estou a trabalhar. Espero que percebam. Há uns tempos ao deslocar-me de Uber para o trabalho, o motorista que me transportava comentou, ao falarmos sobre a questão do confinamento e teletrabalho, que quando não estava a trabalhar não lhe apetecia pegar no telemóvel e andar de carro, nem que fosse como pendura. Explicou-me logo que não era por não gostar do que fazia, mas porque era importante desligar. Percebi-o, claro. Agora faço praticamente o mesmo.

Não escolhi o poema de hoje por o associar ao mês de Junho ou à época do ano. Escolhi-o porque é urgente. É urgente, num momento como este, partilhar amor, partilhar alegrias, permanecer. Num dia como o de hoje, de eleições, é urgente lembrarmo-nos disto. Este é um dos meus poetas de coração.  Acho que li este poema pela primeira vez quanto tinha uns 9 anos. A minha mãe comprava-nos os livros da escola e, ainda antes das aulas começarem, eu começava logo a espreitá-los... Virava as páginas, lia algumas coisas e ficava cheia de vontade de começar as aulas para aprender todas aquelas coisas novas. Acho que este poema estava no meu livro de Português do 4.º ano. Como todos os seus poemas, este também ganhou outra profundidade com a idade. É tão bom envelhecer acompanhada de poesia tão bela como a do Eugénio de Andrade!

 

Urgentemente

 

É urgente o Amor,

É urgente um barco no mar.

 

É urgente destruir certas palavras

ódio, solidão e crueldade,

alguns lamentos,

muitas espadas.

 

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,

é urgente descobrir rosas e rios

e manhãs claras.

 

Cai o silêncio nos ombros,

e a luz impura até doer.

É urgente o amor,

É urgente permanecer.

 

Eugénio de Andrade

De volta a casa

Sofia
25
Nov20

A preguiça de aqui escrever pelo telemóvel fez com que cá não voltasse tão cedo como gostaria (devo ter gasto o limite de caracteres no último post ).

Já faço parte do número de recuperados e pareço outra.  Estou volta à minha casa e a casa está de volta, inteira. Ter ficado fechada no meu quarto tantos dias fez-me sair cheia de vontade de fazer imensas coisas. Até as tarefas domésticas se tornaram coisas boas!  Felizmente o meu namorado não apanhou o bicho. Estranha realidade esta em que apesar de morarmos juntos, por algum tempo, ficámos sem estar juntos. As saudades que eu já tinha da minha alegre casinha, do estar com o meu namorado, de dar abraços... 

Entretanto, a minha mãe e a minha irmã decidiram oferecer-me uma TV para o quarto. Tinha pensado muito nesse assunto e nunca tomei nenhuma decisão porque tinha medo de que o móvel do quarto não aguentasse com uma TV ou que as gatas fizessem asneiras. A minha mãe e a minha irmã resolveram a questão por mim e, para já, parece-me que o móvel se está a aguentar e que as gatas se andam a portar bem. (Mesmo assim, penso em mudar mais tarde o móvel do quarto para uma Kallax. Era a ideia original, mas, por menos 5 cm, optei pela Eket. Só não fazia ideia de que esta estante de similar com a Kallax só tinha mesmo os cubos... Não é tão robusta e a montagem não me inspirou confiança. Era só encaixar, o que poderia correr mal? Afinal, eu já tinha montado uma Kallax de 8 cubos sozinha e tinha corrido tudo bem. O que poderia correr mal? Parti logo uma das peças de encaixe. Stressei comigo e com o meu namorado. Apesar de poder ser falta de jeito, achei também que isto significava algo e que esta estante não era o que eu pensava. Lá a consegui montar em jeito improvisado. Não houve peça de encaixe, houve uns belos pregos à moda antiga, escondidos depois com um autocolantes protectores de chão. Já iam ser ali colocados à mesma por isso a coisa até se safou.)

O final de 2020 aproxima-se e eu nem acredito que estamos há um ano a aturar ouvir falar do bicho e há quase um ano a ter de lidar com ele. Quero que 2021 seja melhor para todos, mas os desejos para o próximo ano ficam para outra altura, mais próximo do fim do ano. Eu sei que agora temos de antecipar tudo, mas, para já, ainda não é preciso antecipar desejos e palavras.

Tenho um nervoso miudinho dentro de mim. No próximo ano já não vou estar a trabalhar no mesmo projecto. Tivemos a notícia este mês e tive de tomar uma decisão para o meu futuro. Como o coração e a razão estavam em sintonia, acho que tomei rápido a decisão de ficar na minha empresa sabendo que isso implica mudar de projecto (e que essa mudança pode implicar alterações no horário, folgas, etc.). Era isso ou manter-me no projecto actual através de outra empresa. Projectos há muitos... Encontrar uma empresa com a qual partilhamos valores e na qual confiamos é que pode não ser assim tão comum.

Num próximo post quero partilhar músicas. Dei comigo a ver vídeos de concertos e a desafinar enquanto via esses vídeos ou apenas ouvia músicas no YouTube... Até tenho medo de dar de caras com algum vizinho quando tiver de sair de casa (e o medo não é por causa do bicho). 

Tenham uma boa noite!

Histórias de recomeços

Sofia
05
Set20

Desde que voltei à rotina do trabalho no escritório que não tenho andando tanto por aqui. Pensava que o recomeço fosse mais difícil, que me fosse custar imensamente acordar de novo às 6 e tal da manhã e que me fosse sentir sem energia e paciência para cozinhar e fazer algumas limpezas e arrumações. Em vez disso, tenho acordado cedo sem grandes preocupações e sinto-me com mais energia agora. Chego do trabalho e ainda tenho energia para fazer algumas limpezas e preparar as refeições. A verdade é que a minha cabeça precisava disto... E as costas também...  As cadeiras do escritório são muitos melhores do que as minhas cadeiras da sala que não estão preparadas para que uma pessoa lá esteja sentada a trabalhar durante 8 horas.

Durante este tempo em que estive ausente do blog, tive algumas novidades boas na minha vida:

- Conheci pessoas novas e conheci pessoalmente colegas com quem apenas tinha falado por email/Teams;

- Descobri uma nova rádio (Tropical FM - passa muita música brasileira de que gosto  são mais as que gosto do que as que não me interessam muito);

- Tornei-me ainda mais perita em encomendas online (Não pensei que fosse possível tornar-me mais entendida do que já era  Já fazia as compras do supermercado pela internet há uns anos, mas agora já posso fazer um post a comparar supermercados online porque já experimentei vários  Também já experimentei encomendar roupa porque precisava de comprar peças de roupa básicas e necessárias - roupa interior - que se tinham estragado devido ao uso);

- Organizei e redecorei a casa de modo a torná-la mais funcional (com ajuda das encomendas online da IKEA - não, não é publicidade, mas sou grande fã da IKEA porque tem soluções fantásticas para casas pequenas como a minha e também sustentáveis);

- Soube que o Stephen Hendry vai voltar aos torneios de snooker ;

- Comecei a ir dormir mais cedo  (tem de ser, mas não me tem custado).

 

No trabalho, sinto que as coisas melhoraram porque a recente mudança trouxe-me a organização que eu sentia estar em falta e permitiu-me sentir-me mais acompanhada pela minha empresa. Passei a estar novamente mais próxima de colegas e chefias da minha empresa, apesar de continuar a estar junto de colegas e chefias da empresa cliente - coisas do outsourcing, que não é igual em todos os lados. Tenho orgulho de estar há 3 anos numa empresa de outsourcing que sinto que se preocupa com os colaboradores e clientes, que não vê o outsourcing como trabalho temporário e que não considera as pessoas descartáveis. Quando saí do meu primeiro trabalho, senti que precisava de mudar. Tinha recebido uma proposta pelo LinkedIn e isso fez-me pensar que estava na altura de experimentar algo novo, se não, apesar da estabilidade, não ia aprender coisas novas e de outras áreas e ia arrepender-me disso no futuro. Não foi fácil abandonar o meu primeiro emprego, porque tinha colegas de equipa fantásticos e porque nunca senti que a empresa falhasse comigo, mas foi algo que tive de fazer por mim mesma. Apesar dos colegas fantásticos, estavam a ocorrer algumas mudanças internas na equipa e alguns colegas acabaram por sair ainda antes de mim, o que certamente contribuiu para a minha decisão. Tinha colegas fantásticos, mas muitos estavam a abandonar o barco... Acabei por não sair devido à proposta inicial que me tinham apresentado, mas o processo já estava iniciado e a minha mente já estava resolvida. Na mesma altura, dei de caras com um anúncio da minha actual empresa e acabei por poder escolher onde queria ficar - avisei a outra empresa de que tinha tido outra opção e que já não iria avançar com o processo de recrutamento que estava em curso. Se alguém estiver numa situação semelhante, sugiro que faça o mesmo - é uma questão de respeito para com as pessoas e para com a empresa e não custa nada. Infelizmente, sinto necessidade de deixar esta nota porque já vi casos de muitas pessoas que abandonaram processos de recrutamento ou até mesmo formações sem dizer nada a ninguém... A minha experiência de entrevistas de emprego fez-me passar a ver o recrutamento e a procura de trabalho como uma questão de negócios e, para mim, os negócios devem pautar-se de transparência e boas relações. Num negócio, há pelo menos duas partes interessadas em ganhar alguma coisa e procura-se chegar a um acordo que o permita.

Quando olho para o meu percurso profissional, sinto que tenho crescido muito e que aprendi imenso sobre muitas coisas e sobre mim. No segundo ano de mestrado, quando já só me faltava fazer a tese, apercebi-me de que a a investigação talvez não fosse o caminho a seguir. Estava a enganar-me sem ter consciência disso. Quando comecei a perceber que estava a ir pelo caminho errado, tive de parar. Primeiro, pensei que ia colocar a tese de parte apenas temporariamente. Depois, já a trabalhar, percebi não estava a ir pelo caminho certo, apesar de adorar estudar e de ter imensas questões linguísticas por responder. Se há provérbio que para mim faz todo o sentido é o "Nunca digas nunca". Não sei se um dia voltarei a aprofundar o estudo na área da Linguística, mas não posso dizer que isso nunca irá acontecer. Neste momento tenho outros interesses que descobri após começar a trabalhar e, provavelmente, se voltasse a estudar, iria optar por outras áreas. Contudo, uma coisa não invalida a outra.

A Linguística ficou de parte e comecei a procurar emprego. Esperava ouvir muitos "Nãos", mas a verdade é que não ouvi nem "Sim" nem "Não". Assim como não é bonito quem procura emprego não dizer mais nada à empresa e às pessoas que investiram tempo no seu recrutamento, também não é bonito a empresa não dar uma única resposta à nossa candidatura. No início, não enviei candidaturas para anúncios de trabalho em call centers por causa do estigma associado. Geralmente tenho muita paciência, mas fartei-me rápido de não ter nem uma resposta e decidi enviar candidaturas para call centers. Disse a mim mesma que ia evitar a área das telecomunicações que, pelo que ouvia dizer, me parecia ser a pior. A paciência esgotou-me mais rápido do que da primeira vez e lá alarguei as minhas opções e fui chamada para a minha primeira entrevista que me trouxe o primeiro emprego - na área das telecomunicações!  Descobri que gostava da área das telecomunicações, sobretudo pelo seu dinamismo, e descobri o mundo do B2B (negócios entre empresas ) que se tornou também um interesse.

Quando saí do meu primeiro trabalho, as coisas não correram logo como esperado e fiquei com medo por não conhecer a minha empresa. É estranho pensar no que aconteceu. Eu fiz escolhas, mas parecia que as coisas tinham de acontecer como aconteceram. Quando vi o anúncio da minha empresa, olhei duas vezes para ele e pensei "Não deve ser bem o que está aqui descrito". Entretanto, decidi arriscar e pensei "Só vou saber se é ou não é se for à entrevista e o pior que pode acontecer é não ser nada do que aqui está escrito". Quem me fez o recrutamento foi bastante profissional e destacou-se. Tentou-me contactar quando eu ia no metro e não consegui atender. Tentei contactar de volta e não consegui. Pensei "Ana Sofia, já foste!". Entretanto, recebi um email a questionar-me quando é que poderiam voltar a contactar-me e a deixar-me também os contactos de retorno. Acho que este email e a atitude demonstrada me fizeram querer conhecer melhor a empresa. Na entrevista, percebi que o anúncio estava realmente certo quanto ao pretendido e percebi que iria entrar num processo selectivo e que mesmo a formação seria selectiva. O projecto era novo, por isso, havia mais riscos. Arrisquei. Não correu como esperava, porque nem cheguei à formação. A empresa cliente fez logo a selecção antes de a formação iniciar. Acabei por ficar à mesma na empresa e a trabalhar para a mesma empresa cliente. O início foi horrível, porque não me consegui adaptar bem às funções. Eu gosto de ter autonomia no meu trabalho e, nas novas funções, isso não acontecia, o que me deixou frustrada. Nesta altura, apercebi-me de que adorava a área das telecomunicações e que não me importaria de voltar a trabalhar na mesma área. (Saí da área na expectativa de conhecer outras áreas e não me apercebi de que ia levar aquele interesse comigo. Agora já não estou na área, mas o interesse ficou comigo até hoje.) Quando não aguentei mais estar em contradição comigo mesma e decidi sair, fui surpreendida. Deram-me a oportunidade de fazer algo diferente. Estava a terminar o período de formação e ainda não tinha assinada um contrato de trabalho. Não esperava o que aconteceu. Na minha antiga empresa, quando saí, ao fim de quase 2 anos, disseram-me que era normal as pessoas irem e virem porque eram uma empresa de recrutamento, que tinham gostado do meu trabalho e que tinham pena porque não tinham nada para me propor que me pudesse fazer ali ficar. Custou-me um pouco ouvir isto, apesar de saber que eram sinceros quando diziam que tinham gostado do meu trabalho. Não esperava que noutra empresa de recrutamento em que me conheciam apenas há alguns meses tivessem uma atitude diferente. Acabei por não sair da empresa e ficar a trabalhar para a mesma empresa cliente, mas na área das telecomunicações!

As relações humanas fazem parte da alma dos negócios... Se sinto que as minhas chefias e que a minha empresa me têm em conta como pessoa e não apenas como um número, não vou arriscar sair de onde estou sem pensar bem no assunto. Já me apresentaram propostas para empregos em que poderia ganhar um pouco mais e deixar de estar em outsourcing, mas acabei por recusar as propostas e não ir a entrevistas. Cheguei a pensar se teria feito bem em recusar as oportunidades que poderiam ser mais vantajosas, mas, quando me surgiu a oportunidade de mudar de projecto dentro da minha empresa, percebi que sim.

A quem procura o seu cantinho profissional, espero que o encontrem e que tenham sucesso! Os tempos não estão fáceis, mas o importante é não desistir e percebermos que dentro de nós temos um pequeno Aquiles de Pés Velozes.

Deixa a vida me levar

Sofia
18
Ago20

Tenho andado a mil à hora. Voltei a andar de transportes e a ir ao escritório. Nesse aspecto, estou feliz, mesmo sabendo que o bicho anda à solta e que corro mais riscos agora.

Soube-me bem voltar a uma espécie de rotina. Abrir o armário e decidir a roupa que vou usar, planear ainda mais as refeições, passear no parque à hora de almoço, ir a pé do trabalho até ao Rossio e ver que a cidade continua bela e apaixonante... (Só tenho falta de escolher o batom que ia usar...)

Nestes aspectos, o regresso ao escritório tem sido revigorante. No entanto, houve algumas alterações no meu trabalho e ainda estou a tentar perceber tudo. Passei para o piso do centro de contactos (call center, para que me entendam mais facilmente). Não é nada de estranho, porque sempre trabalhei na área, mas foi tudo tão rápido que ainda nem assimilei bem a mudança. Parece-me que vou continuar mais ou menos com as mesmas funções (e fico feliz por não ir atender chamadas, ainda que esta linha de apoio pareça muito mais soft do que outra por onde passei). Vou deixar de fazer umas coisas e passo a fazer outras, mas o principal parece que se mantém. Ainda estou a perceber o que vai ser a minha vida daqui para a frente! O ambiente é outro e vou conhecer novos colegas com quem já falei por telefone, email e Teams... Gosto de conhecer novas pessoas, mas vou sentir falta dos colegas do meu antigo piso. Como estamos no mesmo edifício, havemos de nos encontrar (quando não estivermos em casa). Vou aprender coisas novas e isso é o melhor! Adoro aprender coisas novas e odeio estar sempre a fazer o mesmo. Poder ter margem para crescer e fazer outras coisas é bom. Agora, tenho de dizer: VOU MORRER DE SAUDADES DA MINHA ANTIGA SECRETÁRIA!!! Acho que as secretárias deste centro de contactos até são muito jeitosas comparadas com outras que tive noutros sítios, mas nada se pode comparar à minha antiga secretária. Lembro-me do primeiro dia... Cheguei ao 10.º piso e disseram-me "É aqui que vais trabalhar." e apresentaram-me à colega que eu ia substituir. Ela disse-me que eu devia ficar depois naquela secretária quando ela se fosse embora. Luz natural a entrar pelas janelas e uma secretária quase do tamanho da minha mesa da sala, que mais poderia eu querer? Dei comigo a pensar "Acho que só por isto já valeu a pena ter aceitado o desafio da mudança." São pequenos pormenores que podem fazer o nosso dia-a-dia melhor... Ainda assim, apesar de gostar imenso daquela secretária, nunca fiz dela a minha segunda casa. Ao contrário da colega que substituí, não enchi as gavetas com canecas, não tinha imagens bonitas de decoração ou fotos... Para mim é sempre tudo um sítio de passagem e de aprendizagem e se há coisa que aprendi quando comecei a trabalhar é que vivemos num tempo em que não há empregos para a vida. Já que conheci várias colegas com uns 20 anos de casa, podia ter tentado contrariar essa ideia e fazer da secretária uma segunda casa, pensando "vou ficar aqui para sempre", mas não o fiz nem o quis fazer. Tenho de ser sincera, se o fizesse estaria também a contrariar a minha maneira de ser. Gosto de evoluir e tenho de sentir que isso pode acontecer no meu trabalho, caso contrário canso-me e levo os dias mergulhada na angústia e na desmotivação. Inicio uma nova etapa na minha vida profissional e só espero que seja boa!

Zeca Pagodinho - Deixa a Vida Me Levar

Gramofone #5

Sofia
03
Ago20

Chet Baker - Autumn Leaves

 

O momento alto do meu dia deve ter sido quando a minha playlist A começou a tocar a Autumn Leaves. Esperam-me duas longas semanas em que vou andar a penar por causa do trabalho. Fazer parte de uma equipa de duas pessoas tem vantagens, mas tem também a desvantagem de haver mais trabalho quando uma das pessoas vai de férias. Haja música para que os meus dias sejam melhores.