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a world in a grain of sand

um mundo num grão de areia

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um mundo num grão de areia

Um poema para cada mês - Fevereiro 2021

Sofia
02
Jan21

Fevereiro... O mês dos apaixonados... Mas, para quem está apaixonado, todos os meses são meses de paixão. Pegando nesta pequena ideia, porque precisava de algum tema para tornar o processo de escolha mais simples, decidi que iria partilhar um poema sobre o amor/paixão. Mesmo assim, não foi uma tarefa fácil. Afinal, este é um tema amplamente explorado e que faz o mundo girar.

Coloquei logo de parte o Romeu e Julieta, porque, apesar da escrita, na minha memória, associo-o sempre à paixão irracional que nos impede de sermos livres e nos traz sofrimento. Na minha opinião, não é o melhor exemplo para se falar da beleza do amor, ainda que seja um símbolo universal. Quanto à paixão, prefiro algo mais simples.

Pensei, então, em belos poemas sobre o amor e também sobre o desejo e, dentro de mim, destacou-se logo o nome de um poeta (na realidade é um pseudónimo): Eugénio de Andrade. Descobri-o nas aulas de Português quando tinha 15 anos e senti-me logo ligada às suas palavras. A idade trouxe-me a capacidade de as compreender melhor e os seus poemas ganharam um novo sabor. Tornou-se um dos meus poetas de eleição, apesar de ainda ter muito para ler e descobrir (como ainda não o tenho na minha estante, a antologia poética editada há poucos anos pela Assírio & Alvim, Poesia, é uma excelente prenda... pode ser em ebook, já que não sou esquisita e recebi um Kobo no Natal). Julgava que a minha busca por um poema simples sobre o amor ficaria por aqui. Parecia-me bem começar já a incluir poemas na nossa bela língua portuguesa, uma vez que comecei estas partilhas com um poema em inglês, ainda assim acabei por não me decidir. Na minha cabeça tilintavam as palavras de e. e. cummings nas quais pensei inicialmente... Contudo, queria algo mais simples que, nessa simplicidade, guardasse todo um universo. Deste modo, após ler e reler vários poemas, lembrei-me do que procurava. Deixo-vos assim um poema simples e belo. É assim que quero o amor, simples e belo, mas imenso e capaz assumir várias formas.

 

¿Qué es poesía?, dices mientras clavas

en mi pupila tu pupila azul.

¡Que es poesía!, Y tú me lo preguntas?

Poesía... eres tú.

 

Gustavo Adolfo Bécquer